Estudo mostra que corvos são mais inteligentes que macacos

Dentre todas as evoluções dos tempos passados, a dos pássaros foi uma das maiores. Além de lindos, alguns possuem características bastante impressionantes. Por exemplo, os corvos são notoriamente inteligentes. Eles conseguem usar ferramentas, entender o conceito de zero a também seguir analogias básicas.

Como se tudo isso já não fosse impressionante o bastante, um novo estudo sugeriu que, em particular, a compreensão de um princípio cognitivo complexo dos corvos é melhor do que a dos macacos e até se compara com a de crianças pequenas.

No estudo, os pesquisadores descobriram que os corvos podem diferenciar elementos emparelhados enterrados em sequências maiores. Essa habilidade se chama recursão. Por exemplo, tendo a frase “o gato que o cachorro perseguiu miou”. A maior parte dos adultos entenderia de forma rápida que o gato miou e que o cachorro o perseguiu. É essa capacidade de emparelhar elementos como “gato” para “miau” e “cachorro” para “perseguir que já foi considerada uma habilidade exclusivamente dos humanos.

Contudo, o novo estudo sugere que os corvos também conseguem fazer isso. Ele foi baseado em estudos anteriores que demonstram a existência desse raciocínio recursivo nos macacos.

“Uma das características mais distintivas da cognição comunicativa humana pode acabar não sendo tão específica para humanos”, disse a autora principal Diana A. Liao, pós-doutoranda na Universidade de Tübingen, na Alemanha.

Essa habilidade pode ser vista além da gramática. Por exemplo, os ouvidos podem diferenciar uma frase musical dentro de uma peça maior, como também, a mente humana consegue deixar de lado uma expressão matemática encaixada entre parênteses.

Segundo um estudo de 2020 publicado na revista Science Advances, os humanos podem seguir padrões recursivos mesmo que não tenham uma formação formal em leitura ou matemática. Tanto que, pessoas de tribos amazônicas isoladas identificaram padrões recursivos tão bem quanto os adultos que vivem nos EUA.

Essa capacidade de entender a recursão também foi vista em primatas. Esse mesmo estudo também descobriu que os macacos rhesus eram um pouco inferiores do que as crianças com relação a diferenciar elementos emparelhados, como por exemplo, colchetes abertos e fechados.