Conheça os projetos de “Google Tradutor” de animais

Imagina se pudéssemos nos comunicar com os animais? E se pudéssemos pelo menos entender o que eles dizem com seus respectivos sons emitidos? Alguns grupos de pesquisa de várias partes do mundo buscam por isso constantemente. Eles tentam fazer com que a comunicação entre nós humanos e os animais deixe de ser algo intuitivo e se torne certeiro. Eles usam o aprendizado de máquina para criar uma espécie de “Google Tradutor” dos animais.

Isso só pode ser possível por causa de algoritmos que podem detectar padrões sutis imperceptíveis aos ouvidos humanos. Sendo assim, as máquinas podem diferenciar as “vozes” dos animais e os sons que eles emitem em situações diferentes. Isso é de extrema importância para decifrar seus significados.

O Instituto Max Planck tem o projeto mais avançado nesse meio, com a Pesquisa do Cérebro, da Alemanha. Nesse estudo, os cientistas usaram algoritmos para analisar mais de 36 mil sons emitidos por sete colônias de ratos-toupeira-pelado.

O estudo

Esse estudo mostrou que cada rato possui sua própria assinatura vocal. Além disso, cada colônia se comunica de forma única, com um tipo de dialeto diferente. É como se essa troca tivesse sido repassada culturalmente ao longo de várias gerações, da mesma forma que acontece com os humanos.

Os pesquisadores então retiraram a matriarca reprodutora em alguns momentos. Isso rompeu os dialetos que existiam até então, causando um verdadeiro “caos” na comunicação do grupo. No entanto, uma nova comunicação foi restabelecida assim que uma nova rainha surgiu, mesmo que de forma diferente à anterior.

Ao compartilhar o mesmo dialeto, as colônias não compartilham seus recursos com estranhos e, desta forma, mantêm uma uniformidade social. “Nesses grandes túneis subterrâneos, você quer ter certeza de que todos estão seguindo regras”, contou Alison Barker, autora da pesquisa. “E uma maneira muito rápida de testar isso é garantir que todos estejam falando de maneira muito semelhante”.