Mais seis estrelas foram encontradas viajando a velocidades impressionantes na Via Láctea. Duas delas, inclusive, quebraram recordes de velocidade radial heliocêntrica: uma é a estrela J1235, se movendo a 1.694 km/s. Já a outra é J0927, estrela que se move a 2.285 km/s. As demais são consideradas estrelas de hipervelocidade.
As estrelas deste grupo se movem mais rápido que a velocidade de escape da Via Láctea. Os autores investigaram o que poderia estar por trás da hipervelocidade, e descobriram que pode ter sido causada por uma supernova do Tipo Ia.
Estas explosões cósmicas são causadas por estrelas anãs brancas, os núcleos densos deixados por estrelas que não podem mais queimar combustível nuclear. Quando estão acompanhadas de outras estrelas, elas podem capturar matéria de suas vizinhas.
Se acumular matéria suficiente para chegar a cerca de 1,4 vez a massa do Sol, a anã branca não consegue mais sustentar seu peso e explode, empurrando sua vizinha a velocidades extraordinárias. O processo já é conhecido, mas por enquanto não se sabe exatamente a frequência com que estas supernovas produzem estrelas de hipervelocidade.
Para descobrir, o astrofísico Kareem El-Badry analisou dados da missão Gaia. Foi ali que ele e os demais autores encontraram as seis estrelas anãs brancas, sendo que quatro têm propriedades correspondentes a uma supernova do tipo.
Eles sugerem que a maioria das supernovas do Tipo Ia deve produzir estas estrelas. Se este for o caso, isso significa que a Via Láctea deve ter ejetado meio intergaláctico cerca de 10 milhões delas. Portanto, deve haver uma grande quantidade de estrelas se movendo a velocidades incríveis.
Entretanto, somente as mais brilhantes delas são encontradas, o que traz incertezas para estudos sobre as origens destas estrelas. Além disso, as origens individuais delas não estão claras: apesar de a missão Gaia monitorar as trajetórias das estrelas, ainda não é possível relacioná-las a remanescentes de supernova específicos.